O Ícone do 'Salvar' Não É Relíquia: É Espelho
Há quem ache graça quando uma criança olha para um disquete antigo e pergunta se é “o ícone do salvar impresso em 3D”. Risada garantida, piada pronta. Mas, convenhamos: por trás da anedota de tecnologia antiga sempre espreita uma metáfora desconfortável — a de que tudo o que hoje nos parece sólido e indispensável, amanhã será apenas peça de museu, ou piada de estagiário. O mercado financeiro, por sinal, é especialista nesse truque de ilusionismo: transforma o eterno em descartável e o descartável em ouro reluzente, até que a próxima moda chegue para decretar obsolescência. Um fax, já diria o aspirante a inventor visionário, nada mais é do que um e-mail analógico que exigia papel, linha telefônica e paciência zen. O que dizer, então, da nossa fé atual em aplicativos que prometem enriquecer com três cliques? Amanhã, talvez uma criança pergunte: “Esse era o app que ensinava adulto a gastar menos do que ganha? Nossa, que coisa pré-histórica!”. Assim como o LP foi rebatizado de “CD gigant...