Quando a Verdade Vira Estimativa — E a Estimativa Vira Propaganda: A Era da Pós-planilha!
Não é de hoje que eu desconfio de quem fala de economia com euforia. Já me acostumei com as manchetes de milagre e com os telejornais que abrem com “PIB cresce acima do esperado” como se o esperado fosse um mantra divino, e não uma média aritmética feita por analistas com excesso de café e escassez de dúvida. Mas nos últimos tempos, minha cara leitora, meu caro leitor, até mesmo essa previsibilidade pueril ganhou um ar de teatro trágico. Os números continuam saindo das planilhas, é verdade, mas agora saem trêmulos, com medo de apanhar no corredor. A estatística, antes austera e meticulosa, virou personagem de novela das seis: pressionada, silenciada e, em alguns casos, substituída por versões mais “palatáveis” para o gosto do chefe do dia. Vivemos a era da pós-planilha. Aquela em que os dados não servem para entender a realidade, mas para justificar o roteiro. Verdade sob demanda e Excel com censura Imagine um mundo onde a inflação só existe se você admitir que pagou mais caro na f...