A Ritmista da Bolsa: Como a Persistência Vence o Palpite
Era uma quinta-feira qualquer, dessas em que a inflação dança samba e o dólar faz malabares. Eu, como de costume, sentada no escuro — mas de olhos bem abertos, obrigada — ouvi mais um gênio das finanças declarando que a chave da riqueza era “comprar quando todo mundo estiver vendendo”. Claro, meu caro. E emagrecer é “só fechar a boca”. Obrigada por absolutamente nada. A verdade é que no grande circo da bolsa, onde palhaços vendem e gurus gritam “compre já!”, há uma estratégia antiga, discreta, mas absolutamente genial. Tão simples que beira o ofensivo. E justamente por isso, tão eficaz que o mercado tenta escondê-la sob camadas de jargões, siglas e gráficos com mais linhas do que um livro de Goethe. Chamo-a de a arte do ritmo . Outros chamam de aportes regulares . Há quem tente enobrecer com nomes em inglês — como se isso fizesse o conceito mais refinado, tipo trocar feijão por “legume de grão escuro e sabor terroso”. Mas vamos ao que importa: a tal da técnica consiste em comprar, c...