A Tragédia do Investidor Hesitante: por que “ser ou não ser” virou “comprar ou esperar” — e o mercado agradece a sua paralisia com juros compostos
“O resto é silêncio.” Mas antes disso, o mercado grita. Ele grita em leilões nervosos, em índices que cambaleiam como nobres traídos e em relatórios com cheiro de sangue seco. Grita através de analistas que mais parecem arautos de uma corte decadente, tentando vender dignidade com taxa de administração. Grita nas suas notificações bancárias, nas suas planilhas corrompidas, no saldo que implora para ser salvo — ou para ser esquecido. E então você hesita. Na dúvida entre agir ou observar, entre assumir o risco ou preservar a pose. E com isso, inaugura seu próprio monólogo. Não o shakespeariano, mas o financeiro. Mais uma variante do eterno dilema: ser ou não ser... investidor de verdade? Porque veja bem, os dilemas morais do teatro clássico se reinventaram. Hoje, entre uma TED e um PIX, você não precisa mais escolher entre a vingança e o silêncio. Só precisa decidir se vai aplicar no prefixado ou continuar assistindo às tragédias econômicas do país com a pipoca da inércia. O Prínc...