Fique Parado (mas com Elegância): Sobre o Delicado Prazer de Não Fazer Nada Quando Todos Estão Gritando "Compra!"
Há um ditado tibetano que não entra nas planilhas nem nos stories motivacionais: “Não se atravessa um rio movendo-se com a corrente — atravessa-se quando a água baixa e os pés encontram o chão.” Simples, direto, e como toda sabedoria ancestral, assustadoramente lúcido. Foi lembrando dessa máxima que decidi escrever este texto. Enquanto os feeds se enchem de foguetes apontando para os céus da Bolsa, carteiras vestidas com brilho de alta performance e investidores performando vídeos no TikTok com a empolgação de uma criança que descobriu o botão da máquina de chicletes, eu optei por fazer o impensável: parar. Sim, parei. Não vendi, não comprei, não reorganizei a carteira, não revisei o “preço justo” das minhas queridas ações. Apenas fiquei quieta. E se você quer saber, foi uma das decisões mais sofisticadas que já tomei com meu dinheiro. Mais ainda: foi uma decisão espiritual. Porque “parar” é diferente de “não fazer nada”. E essa diferença, meu caro leitor ansioso, vale mais que uma ...